quinta-feira, 25 de março de 2010

terça-feira, 23 de março de 2010

entrevista sobre um projeto de inclusão digital

Programa Nas Ondas do Rádio está presente em todas as regiões da cidade. Em Capão Redondo o projeto que se destaca é o coordenado pelo professor Edmilson Nazareno , professor de Ciências e de Informática Educativa. Ele foi entrevistado pela professora Cristina Massei da Diretoria Regional de Educação de Campo Limpo.

Como começou seu trabalho com rádio na escola, evoluindo para a "Imprensa Jovem"?
A rádio iniciou por iniciativa do governo Marta que firmou um convênio com USP - ECA para implantação de rádios escolares em escola públicas que se localiza-se em áreas de violência, era ligada ao projeto VIDA.
Um grupo de escolas forma selecionadas em todas as regiões de São Paulo, em Campo Limpo foram as EMEF Prof Theodomiro Monteiro do Amaral e Iracema Marques, um grupo de 10 profissionais de educação e de 10 alunos ou pais, forma selecionadas nestas escolas para participar de um curso de formação aos domingos o dia todo, se não me engano foram 10 encontros, era um curso longo, nele eram desenvolvidos oficinas e palestras. Estas duas escolas receberão o kit da rádio.
Após o curso havia este grupo de pessoas que poderiam desenvolver o projeto em cada escola, durante algum tempo recebemos a visita dos monitores que participavam das oficinas para tentar implantar a rádio na escola.
Nesta época eu saí da escola e fui trabalhar na Coordenadoria eu só tinha um cargo, meus companheiros não quiseram ou não conseguiram compor um grupo gestor na escola para a rádio, proposta da coordenação geral do projeto, os alunos tinham condições de fazer a rádio funcionar, mas não podiam sozinhos gerenciar todas as demandas que uma rádio produz, sem o incentivo dos professores e funcionários que participaram do curso o projeto foi abandonado e o equipamento guardado.
Depois de sete meses afastado da escola retornei acessando outro cargo trabalhava a noite, tentei reativar o projeto, mas não tinha contato com os alunos e não recebia a ajuda dos demais, a direção via com bons olhos o projeto, porém não sabia como viabilizar visto que sua efetivação dependia de um profissional que se dedicasse a ele.
Durante o período que estive na coordenadoria desenvolvi algumas práticas educomunicativas, outro professor também tentou fazer isto, utilizava os equipamentos para as comemorações da escola.
Em 2005 retornei a escola e comecei a desenvolver o projeto novamente, primeiramente em minhas aulas, depois no noturno encontrei um pai e um aluno que já haviam trabalhado em rádio e com aparelhagem de som, junto com eles elaboramos um curso de formação para um grupo de 20 alunos, eu e a coordenadora Andréia trabalhávamos aos sábados para que a formação acontecesse.
Conseguimos formar um grupo de 10 alunos que começaram a produzir programas no rádio, neste momento o projeto a nível central começava a retornar, você e o Carlos visitaram minha escola. O grupo de alunos e eu começamos a nos reunir semanalmente, destas reuniões surgiam a programação e a organização da rádio.
Em um curso de formação de POIE em que o Carlos estava saiu um combinado dele fazer uma formação em minha escola, dela participaram 3 escolas ( Jorge Americano e Irmã Dulce), aprofundei o contato com o Carlos, que começou a tomar com referência minha escola e a partir disto apareceram os convites para participar de eventos.
Os cursos de formação continuam novos alunos vão substituindo os que saem hoje o projeto se encontram no projeto pedagógico da escola, há um grupo de 20 alunos que participam alternadamente das reuniões da rádio, já fizemos parceria com o projeto aluno monitor foi muito bom.


O que já pode observar de avanços no seu grupo em relação ao protagonismo infanto juvenil e aos conhecimentos acerca da língua escrita e falada?

Os alunos que participam da rádio se tornam referência na escola, desenvolvem autonomia, aprendem a se organizar e a participar de reuniões, passam a serem eles produtores de decisões, comentam os acontecimentos da escola e opinam sobre o seu funcionamento, creio que eles são o grupo que futuramente farão parte do grêmio estudantil.
Nestes anos em que estive a frente da rádio percebi muitos alunos que se desenvolveram enquanto pessoas, alunos que apresentavam problemas disciplinares passaram a se preocupar mais sobre o seu comportamento já que eram referência para os demais, criaram-se lideranças positivas, quem participar da rádio passa a ter desenvoltura maior em falar e propor.
Os principais avanços que verifico é a do conhecimento que eles adquirem da tecnologia informática, não há aluno que não aprenda a usá-la, alguns que participaram do projeto acabaram trabalhando nesta área, alguns se tornaram expert em informática, não atribuo isto só a rádioi, mas o acesso que eles tem em razão disto colaborou muito.
Quanto a escrita e leitura creio que precisamos avançar muito, isto é difícil eles tem um dificuldade muito grande nesta área, quando peço que façam um comentário é um martírio para eles, e sua produções não diferem em nada do que encontro em sala de aula. Este ano é esta minha principal pesquisa, Como fazer que o projeto da rádio torne os alunos competentes na escrita e na leitura?

Quais os planos para o futuro?

Meus principais planos é envolver outro professores no projeto, tenho falado com o professor de português para que se envolva ao projeto, pois desta forma poderemos dar ênfase na escrita e leitura, tenho tentado envolver o OSL, continuarei com parceria com POIE (Sema) com o projeto aluno monitor.
Com os alunos temos um grupo de professores que querem a organização do Grêmio escolar, estamos fazendo vários grupos de alunos que se reúnem regularmente, creio que destes grupos possa se forma um embrião do Grêmio
Quanto ao desenvolvimento do projeto da rádio pretendo caminhar para a produção de conteúdos que possam ser postados na internet, utilizar mais os recursos da WEB2.0.
Outro objetivo que é a de que a o uso das práticas educomunicativas alcance as salas de aulas e que delas sejam produzidos os conteúdos e programas que alimentem o projeto.

Entrevista realizada pela prof. Cristina Massei Coordenadora do Programa Nas Ondas do Rádio e Informática Educativa
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domingo, 7 de março de 2010

Como a tecnologia influenciou minha prática educativa

Iniciei minha carreira no magistério em 1987 lecionando Ciência e Biologia em uma escola Estadual, lecionei também em várias escolas da rede particular de ensino. Ingressei na prefeitura de São Paulo em 1997, cargo que ocupo até hoje.
Em minha prática escolar sempre esteve presente as tecnologia e os recursos áudios-visuais, era freqüentador assíduo da videoteca da faculdade de pedagogia da USP, utilizava freqüentemente filmes como estratégias para melhor aprendizagem dos alunos, além disto, usava as excursões para o estudo do meio e retirava matérias de empréstimo no Instituto Butantã e Oceanográfico da USP.
Nas minhas aulas sempre tentei dinamizá-las com aquilo que encontravam de matérias na escola, garimpava nos depósitos da escola gravadores, projetores de slides, videocassetes, televisões e outros recursos, de posse deles planejava então o seu uso.
Tinha também como estratégia firmar parcerias no em torno da escola, procurava postos de saúde, organizações não governamentais, projetos sociais que pudessem aprofundar assuntos que tratava em sala de aula, promovia debates e palestras na escola.
Outra estratégia era estar atento aos projetos da escola e de outros professores, pois desta forma poderia incluir-me neles ou utilizá-los para incrementar minhas aulas, retirando deles idéias que pudesse utilizar em outras escolas, percebi que com essa prática que os colegas também se aproximavam daquilo que eu estava fazendo criando uma rede de ajuda.
Faço esta descrição para explicar porque a Educomunicação foi assimilada rapidamente quando fiz o curso EDUCOM- nas ondas do rádio em 2003, percebi ali uma grande possibilidade de melhorar minhas aulas usando as tecnologias de comunicação e informação que crescia em ritmo acelerado.
Este curso organizado pelo NCE-USP e coordenado pelo Prof. Ismar propunha o uso do rádio para melhorar a aprendizagem, discutir temas que fossem levados as escolas onde o risco da violência era maior, tinham então a proposta de aumentar a participação da comunidade. Outra grande possibilidade era a do protagonismo infanto-juvenil que o projeto proporcionava, tornando a aprendizagem ativa.
Neste mesmo ano inauguramos a rádio na escola que permanece até hoje. Tivemos momentos de maior atividade e até de paralisação da rádio, mas através de muitos esforço e dedicação por parte de um grupo de educadores e alunos a o projeto da rádio é o mais ativo e promissor de todos da escola.
Durante estes sete anos já passamos vários momentos, cada grupo de alunos que formamos para coordenar os trabalhos na rádio determinam o ritmos dos trabalhos, alguns grupos foram mais responsáveis na organização, outros mais criativos, outros mais políticos e ainda outros que viam o projeto a possibilidade de mostrar seu trabalho para os demais e futuramente trabalhar nesta área.
Em todos os grupos que passaram verifico que a maior aprendizagem que ocorreu em todos foi a da participação em grupo, eles aprendem ao ouvir os outros e a expressarem suas opiniões, por isso penso quer tenham melhorado sua aprendizagem porque isto levava a reflexão sobre o estudo e sua importância.
A cerca de três anos passamos a receber um grande auxílio da Coordenadoria de Educação e da Diretoria de Orientação Técnica (DOT) pedagógica que mantém uma pessoa (Prof. Carlos Alberto Mendes) responsável pelo projeto “Nas ondas do Rádio”, isto incentivou a continuidade e proporcionou a visibilidade necessária para a manutenção de um projeto na rede municipal, também inovações foram adicionadas na rádio como os softwares Audacity e Zararádio, o projeto também evolui para a construção de outro projeto a Imprensa Jovem que faz reportagem de eventos na cidade de São Paulo, serviu de incentivo para alunos e professores e proporcionou encontros de escolas que desenvolvem o projeto, além de tornar possível através de blogs, redes sociais como Orkut, Ning, Mutiply e agora o twitter, a troca de materiais e produções entre os participantes.
O Projeto da Rádio na escola fez também que participássemos de outros projetos como o Aluno Monitor (Microsoft), Minha Terra (Educarede), Falando de Coração (Philips), TIM musica nas Escolas (TIM). Inscrevemos também os projetos em alguns prêmios e concursos como os Educadores Inovadores e Prêmio Paulo Freire. Fomos premiados este ano no Prêmio Paulo Freire.